domingo, julho 20, 2008

voo noturno

Já é tarde, bem sei.
A necessidade imensa de dormir pesa sobre os meus olhos, mas tenho o pensamento a mil...

coisas para fazer,
coisas para orientar,
coisas que não me posso esquecer,
coisas urgentes,
coisas menos urgentes,
coisas...
tantas coisas...

Olho para a minha vida e cada vez sinto mais que a teoria de que todos nós temos um destino (ou rumo traçado, como lhe queiram chamar) está um pouco errada.

Por outro lado sinto muitas vezes que é a vida que nos leva sem leme nem rumo, apenas como uma maré.
Maré essa que nos conduz, quase sem dar pelo tempo passar, mas que subtilmente nos leva para a beira mar.
E sem nos apercebermos empurrados violentamente para a areia...
rebolamos,
bebemos uns "pirolitos",
erguemo-nos meio tontos e desnorteados.
Estamos ali, em pé, desconcertados e cheios de areia.

Olhamos em frente e pensamos... "isto não pode ser assim".
Enchemos o peito, agarramos o leme e por breves instante comandamos a vida.

Mas a pouco e pouco há sempre uma maré...
e sem querer, mais uma vez damos por nós de pé, desconcertados e cheios de areia...


* neta


deixo-vos com o momento musical, esse sim, a origem do titulo deste pots

Jorge Palma - voo nocturno

"Agora já não vejo o sol
nem seu reflexo lunar

levo as asas nos bolsos
e o coração a planar

neste voo nocturno
nao sei onde vou aterrar

sinto as nuvens nos meus pulsos
e o leme sempre a consentir

sao sempre os mesmos ossos que eu insisto em partir
neste voo nocturno só quero mesmo resistir..."


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